Cida Silva

Psicóloga

Qual o melhor tratamento para a ansiedade?

Qual o melhor tratamento para a ansiedade?

Medicamentos ou terapia? O que realmente funciona no tratamento da ansiedade?

Neste artigo você irá conhecer as vantagens e desvantagens dos tratamentos mais indicados para a ansiedade.

Os medicamentos para tratar a ansiedade podem ser divididos em dois grupos:

1. Medicações de alívio rápido dos sintomas 

2. Medicações de tratamento a longo prazo 

Medicações de alívio rápido dos sintomas 

A principal classe desses medicamentos são os Benzodiazepínicos, como Clonazepam (Rivotril®), Diazepam (Valium®), Midazolam (Dormonid®), Aprazolam (Frontal® ), Lorazepam (Lorax®), entre outros. 

Essas medicações têm ação imediata, promovendo um rápido alívio dos sintomas. 

São medicações de uso controlado, pois a longo prazo podem causar dependência. Além disso, podem gerar prejuízos na memória, na atenção e na coordenação. 

Na grande maioria dos casos, os sintomas ansiosos retornam após a retirada dessas medicações.

Medicações de tratamento a longo prazo 

A principal classe desses medicamentos são os antidepressivos (Escitalopram, Clonazepam, Sertralina, Venlafaxina…)

Essas medicações não fazem efeito imediatamente, podendo levar 4 a 6 semanas para mostrarem seus benefícios. 

No início, podem apresentar efeitos colaterais, que costumam ser passageiros. 

Os efeitos colaterais mais comuns são: náuseas, dor de estômago, tontura e uma discreta piora da ansiedade. 

Diferente dos benzodiazepínicos, essas medicações são bastante seguras. Não causam dependência e a longo prazo não geram prejuízos de memória e concentração.

No entanto, se forem tomados sem a prescrição de um médico ou retirados de forma brusca, podem causar efeitos bastante indesejados.

Por que antidepressivos para ansiedade?

O nome antidepressivo é muito antigo, pois inicialmente essa medicação foi indicada para tratar a depressão. Posteriormente, descobriu-se que os antidepressivos, a médio e longo prazo também controlavam bem os sintomas ansiosos. 

Apesar de ainda ser usado o nome “antidepressivo”, esse termo não define a utilidade desses medicamentos, que servem para vários transtornos psiquiátricos. 

O fato é que eles ajudam o cérebro a regular determinadas substâncias químicas que controlam o humor ou o estresse.

A decisão sobre qual é o melhor medicamento para tratar sua ansiedade deve ser feita com a avaliação do seu psiquiatra. 

Normalmente, em casos de ansiedade muito intensa, pode ser que o médico comece seu tratamento combinando os benzodiazepínicos com os antidepressivos. 

O objetivo dessa intervenção é obter uma redução rápida dos sintomas, através dos benzodiazepínicos, enquanto se aguarda a ação dos antidepressivos, que leva mais tempo para dar o efeito esperado. 

O papel principal das medicações para ansiedade é uma diminuição de sintomas, permitindo que o paciente consiga utilizar outras estratégias e implementar mudanças que trarão uma melhora permanente da ansiedade. 

Por exemplo, se você iniciar uma terapia com um psicólogo e sua ansiedade estiver muito intensa, a medicação pode ser um recurso que irá potencializar a eficácia da terapia.

Vale reforçar que somente o médico é capaz de avaliar e prescrever qual o melhor esquema de medicações para você, caso isso seja necessário.

Muitos pacientes que procuram a terapia já estão medicados, mas ainda sofrem com alguns sintomas e problemas causados pela ansiedade. 

Isso acontece porque a ansiedade é desencadeada e mantida por diversos fatores, entre eles o estresse. Enquanto você toma sua medicação, continua lidando com situações difíceis em seu dia a dia. 

Por isso, além da medicação, é necessário resolver os problemas que estão desencadeando e mantendo a ansiedade, principalmente a sua forma de pensar e agir.

Vou te apresentar alguns dados que te ajudarão a refletir sobre os tratamentos para a ansiedade.

1. Embora os medicamentos sejam economicamente mais acessíveis que a psicoterapia, nem todos os pacientes têm os resultados esperados com o uso da medicação.

2. Muitos pacientes que poderiam se beneficiar com os remédios , ou se recusam a tomar a medicação por objeções pessoais, ou desenvolvem efeitos colaterais que os levam a interromper o uso dos medicamentos.

3. A longo prazo, muitos pacientes passam a depender emocionalmente de algumas medicações, deixando de utilizar seus próprios recursos psicológicos para lidar com a ansiedade.

4. A taxa de recaída, em pacientes que suspendem o tratamento medicamentoso chega a atingir 50%, no ano seguinte à interrupção do tratamento.

5. Alguns artigos científicos chegam a propor que o tratamento de primeira escolha para a ansiedade deveria ser a TCC. Sendo que a medicação poderia ficar reservada a casos mais graves. 

6. Muitos estudos indicam que a terapia já é considerada um tratamento biológico, pois ela é capaz de alterar circuitos cerebrais. Ou seja, assim como os medicamentos regulam a química cerebral, reduzindo os sintomas, a terapia tem efeitos muito parecidos. 

7. A medicação reduz muitos sintomas, mas não desenvolve suas habilidades. É na terapia que você aprende como  fazer as mudanças cognitivas (formas de pensar) e comportamentais (formas de agir/enfrentar).  

Portanto, a medicação sozinha não é a solução para a ansiedade. 

Alguns pacientes mais graves certamente vão precisar da medicação. Mas, se os sintomas forem leves e não preencherem os critérios para um transtorno, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) sozinha é suficiente para tratar a ansiedade.

Se você gostou desse conteúdo, você também pode escolher uma das opções abaixo:

Saber mais sobre a terapia cognitivo-comportamental

Falar comigo pelo WhatsApp

Visitar meu Instagram

Conhecer meu canal no YouTube

Baixar gratuitamente meu e-book “Como superar a ansiedade”

Compartilhar esse conteúdo (utilize os botões abaixo)

Compartilhar conteúdo:

Os comentários estão fechados.