Medicamentos ou terapia? O que realmente funciona no tratamento da ansiedade?
Neste artigo você irá conhecer as vantagens e desvantagens dos tratamentos mais indicados para a ansiedade.
Os medicamentos para tratar a ansiedade podem ser divididos em dois grupos:
1. Medicações de alívio rápido dos sintomas
2. Medicações de tratamento a longo prazo
Medicações de alívio rápido dos sintomas
A principal classe desses medicamentos são os Benzodiazepínicos, como Clonazepam (Rivotril®), Diazepam (Valium®), Midazolam (Dormonid®), Aprazolam (Frontal® ), Lorazepam (Lorax®), entre outros.
Essas medicações têm ação imediata, promovendo um rápido alívio dos sintomas.
São medicações de uso controlado, pois a longo prazo podem causar dependência. Além disso, podem gerar prejuízos na memória, na atenção e na coordenação.
Na grande maioria dos casos, os sintomas ansiosos retornam após a retirada dessas medicações.
Medicações de tratamento a longo prazo
A principal classe desses medicamentos são os antidepressivos (Escitalopram, Clonazepam, Sertralina, Venlafaxina…)
Essas medicações não fazem efeito imediatamente, podendo levar 4 a 6 semanas para mostrarem seus benefícios.
No início, podem apresentar efeitos colaterais, que costumam ser passageiros.
Os efeitos colaterais mais comuns são: náuseas, dor de estômago, tontura e uma discreta piora da ansiedade.
Diferente dos benzodiazepínicos, essas medicações são bastante seguras. Não causam dependência e a longo prazo não geram prejuízos de memória e concentração.
No entanto, se forem tomados sem a prescrição de um médico ou retirados de forma brusca, podem causar efeitos bastante indesejados.
Por que antidepressivos para ansiedade?
O nome antidepressivo é muito antigo, pois inicialmente essa medicação foi indicada para tratar a depressão. Posteriormente, descobriu-se que os antidepressivos, a médio e longo prazo também controlavam bem os sintomas ansiosos.
Apesar de ainda ser usado o nome “antidepressivo”, esse termo não define a utilidade desses medicamentos, que servem para vários transtornos psiquiátricos.
O fato é que eles ajudam o cérebro a regular determinadas substâncias químicas que controlam o humor ou o estresse.
A decisão sobre qual é o melhor medicamento para tratar sua ansiedade deve ser feita com a avaliação do seu psiquiatra.
Normalmente, em casos de ansiedade muito intensa, pode ser que o médico comece seu tratamento combinando os benzodiazepínicos com os antidepressivos.
O objetivo dessa intervenção é obter uma redução rápida dos sintomas, através dos benzodiazepínicos, enquanto se aguarda a ação dos antidepressivos, que leva mais tempo para dar o efeito esperado.
O papel principal das medicações para ansiedade é uma diminuição de sintomas, permitindo que o paciente consiga utilizar outras estratégias e implementar mudanças que trarão uma melhora permanente da ansiedade.
Por exemplo, se você iniciar uma terapia com um psicólogo e sua ansiedade estiver muito intensa, a medicação pode ser um recurso que irá potencializar a eficácia da terapia.
Vale reforçar que somente o médico é capaz de avaliar e prescrever qual o melhor esquema de medicações para você, caso isso seja necessário.
Muitos pacientes que procuram a terapia já estão medicados, mas ainda sofrem com alguns sintomas e problemas causados pela ansiedade.
Isso acontece porque a ansiedade é desencadeada e mantida por diversos fatores, entre eles o estresse. Enquanto você toma sua medicação, continua lidando com situações difíceis em seu dia a dia.
Por isso, além da medicação, é necessário resolver os problemas que estão desencadeando e mantendo a ansiedade, principalmente a sua forma de pensar e agir.
Vou te apresentar alguns dados que te ajudarão a refletir sobre os tratamentos para a ansiedade.
1. Embora os medicamentos sejam economicamente mais acessíveis que a psicoterapia, nem todos os pacientes têm os resultados esperados com o uso da medicação.
2. Muitos pacientes que poderiam se beneficiar com os remédios , ou se recusam a tomar a medicação por objeções pessoais, ou desenvolvem efeitos colaterais que os levam a interromper o uso dos medicamentos.
3. A longo prazo, muitos pacientes passam a depender emocionalmente de algumas medicações, deixando de utilizar seus próprios recursos psicológicos para lidar com a ansiedade.
4. A taxa de recaída, em pacientes que suspendem o tratamento medicamentoso chega a atingir 50%, no ano seguinte à interrupção do tratamento.
5. Alguns artigos científicos chegam a propor que o tratamento de primeira escolha para a ansiedade deveria ser a TCC. Sendo que a medicação poderia ficar reservada a casos mais graves.
6. Muitos estudos indicam que a terapia já é considerada um tratamento biológico, pois ela é capaz de alterar circuitos cerebrais. Ou seja, assim como os medicamentos regulam a química cerebral, reduzindo os sintomas, a terapia tem efeitos muito parecidos.
7. A medicação reduz muitos sintomas, mas não desenvolve suas habilidades. É na terapia que você aprende como fazer as mudanças cognitivas (formas de pensar) e comportamentais (formas de agir/enfrentar).
Portanto, a medicação sozinha não é a solução para a ansiedade.
Alguns pacientes mais graves certamente vão precisar da medicação. Mas, se os sintomas forem leves e não preencherem os critérios para um transtorno, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) sozinha é suficiente para tratar a ansiedade.
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